No coração de São Bernardo do Campo, minha clínica sempre foi um pequeno santuário onde a medicina e a vida entrelaçam suas histórias mais íntimas. Dentre as memórias que guardei ao longo de quatro décadas de dedicação à arte da cura, algumas das mais peculiares e encantadoras são, sem dúvida, as formas inusitadas com que meus pacientes decidiram retribuir os cuidados que lhes ofereci.
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Era uma manhã ensolarada, enquanto o aroma reconfortante de café invadia cada canto da casa, eu, um garoto de 9 anos, com olhos cheios de curiosidade e coração pulsante de expectativas, abri o presente que redefiniria o curso de sua vida: um Laboratório Químico Juvenil. Meus olhos se iluminaram como estrelas cadentes ao contemplar aqueles tubos de ensaio cintilantes e os reagentes coloridos. "Será que posso mesmo fazer mágica com isso?" pensei, com uma mistura de admiração e ansiedade vibrando em minhas veias.
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Era o ano de 1982! Um ano marcado por novos começos e esperanças renovadas. Eu, o quintanista Renato, um jovem cheio de sonhos e aspirações, iniciava meu estágio como médico interno no prestigiado Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Com o coração pulsante e os olhos brilhando de entusiasmo, eu via naquele lugar não apenas corredores e enfermarias, mas sim um campo vasto de aprendizado e oportunidades para "ser médico".
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Naquela manhã de 1990, enquanto eu navegava pelas águas do Home Care, decidi fazer uma visita não planejada a um dos meus pacientes mais enigmáticos. Sr. Antonio, um senhor de 94 anos, enfrentava a hipertensão e a diabetes. A hipertensão estava sob controle, mas a diabetes se mostrava um adversário imprevisível e teimoso.